21/03/2023
A moagem de cana do Centro-Sul do Brasil deverá crescer 6,2% na safra 2023/24, em comparação com a temporada anterior, para 592,1 milhões de toneladas, com o total se aproximando de um recorde produtivo. A estimativa é da consultoria StoneX, que elevou sua projeção na comparação com número de janeiro, que era de 588,2 milhões de toneladas.
A consultoria elevou suas estimativas de produtividade em relação ao valor projetado no relatório de janeiro. Sendo assim, índice estimado para a safra 2023/24 ficou em 76,7 toneladas de cana por hectare, crescimento de 5% em relação ao projetado para a safra 2022/23.
“Além disso, considerando um atraso na colheita do ciclo corrente, devido ao excesso de chuvas que incidiram na região no terceiro trimestre de 2022, estima-se um crescimento de 1,9% na área a ser colhida, totalizando 7,77 milhões de hectares”, destacou a consultoria.
De acordo com as informações do último relatório da consultoria, as condições climáticas estão melhores para os canaviais da principal região produtora do Brasil, após a gradativa redução da intensidade de ocorrência do La Niña. As condições climáticas começaram a melhorar para os canaviais brasileiros, e o último trimestre de 2021 voltou a registrar um aumento considerável nas precipitações da região, cenário que perdurou durante o ano de 2022.
“Sendo assim, o mercado sucroenergético mantém o otimismo evidenciado na safra atual para o próximo ciclo, que terá início no segundo trimestre de 2023”, afirmaram os analistas.
Essa área da safra e as melhores produtividades permitirão que o total processado fique perto do recorde produtivo da região, que ocorreu no ciclo 2020/21, quando o setor registrou um processamento de 605,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
A StoneX estima que as usinas do Centro-Sul destinarão 46,7% da cana para a produção de açúcar, alta de quase 1 ponto percentual na comparação com a temporada anterior. Em relação à estimativa de janeiro, a alta é de 0,7 ponto percentual.
Isso se deve a um cenário internacional registrando valorizações “constantes” para o preço do açúcar, “em função de estoques mais apertados em toda a cadeia global da commodity”.
A conjuntura, disse a StoneX, promove uma larga vantagem para o adoçante frente o etanol, “uma vez que o biocombustível, desde meados de 2022, tem tido a sua demanda prejudicada em função da baixa competitividade com a gasolina”.
Dessa forma, a partir da atualização dos dados de moagem e mix produtivo, a oferta de açúcar pelo Centro-Sul em 2023/24 deve totalizar 36,8 milhões de toneladas (+7,2% ante 2022/23), com aumento de 800 mil toneladas ante a previsão de janeiro.
Já a destilação de etanol de cana é estimada em 25,8 bilhões de litros (+3,5% na comparação anual), com ligeira queda ante a projeção de janeiro.
Informações da StoneX- Fonte: RPA News