02/08/2023
Para Luís Roberto Pogetti, presidente do conselho de administração do CTC e da Copersucar, o futuro é muito promissor para o setor bioenergético. “Existem imensas possibilidades pela frente. Nunca teve tantas oportunidades quanto aquelas que a gente pode considerar hoje”, afirmou durante sua participação no “II Encontro Técnico Produtividade – A essência para competir”, que aconteceu entre 27 e sexta-feira 28 de julho, em Piracicaba – SP. O evento é realizado pela Canaplan e CTC.
Ele lembrou que o mundo precisa de alimento para atender a explosão demográfica que vem pela frente, ressaltando que o número representa um bilhão de pessoas a mais para ser alimentadas nos próximos 30 anos, segundo dados da ONU.
“Essa explosão demográfica se dá em regiões onde tem mais carência de alimentação básica. E o nosso açúcar participa dessa agenda. Não existe nenhum país do mundo que tenha essa capacidade, velocidade de expansão de produção, tal qual o Brasil tem, pela disponibilidade de recursos naturais que nós temos”, afirmou.
Segundo Pogetti., na agenda de descarbonização existem também várias oportunidades.
“O etanol se apresenta como uma alternativa pronta entre as outras concorrentes. Eu não diria que são concorrentes, porque todas são necessárias, mas o etanol está pronto. Isso não significa que o carro a combustão deve ser desprezado, pois todas as alternativas são necessárias para atender a esse desafio enorme da sociedade global, que é a redução do aquecimento global”, disse.
Pogetti também destacou o etanol E2G e o SAF. “Temos etanol de segunda geração. Somos o melhor e mais completo exemplo de economia circular. Tudo o que extraímos da terra, devolvemos para a terra. Tem novas aplicações para a indústria da aviação, como SAF (Sustainable Aviation Fuel) e o etanol se apresenta como uma das alternativas mais viáveis no mercado de aviação”, disse, completando “O mercado de aviação é 20 vezes maior que o da indústria da mobilidade veicular. O biometano pode substituir o diesel, enfim, nós nunca tivemos tantas oportunidades como temos hoje”, enfatizou.
O executivo ponderou, no entanto, quanto à necessidade de o setor ser mais produtivos para aproveitar as oportunidades. “Não vai haver estrutura de subsídio para sustentar uma indústria improdutiva. Se trabalharmos com afinco, nós temos potencial para dobrar a produtividade do nosso canavial. Significa produzir o dobro do que produzimos hoje na mesma área. Isso é fantástico. Nenhuma indústria tem essa perspectiva de ganhos de oportunidade que nós temos. Tudo é fácil? Não, mas é tecnicamente viável”, afirmou.
Para ele, essa é a agenda: ser mais produtivos. ‘Como nós que estamos no campo, lidando com a cana, que representa de 65% a 70% do recurso da nossa indústria, podemos ser mais produtivos. Essa é a prioridade zero da nossa vida profissional e executiva. O futuro do nosso setor está na mão de vocês que cuidam da terra”, finalizou Pogetti.
Fonte: Jornal Cana