04/10/2023
O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou a Resenha Energética Brasileira 2023, que traz como base os dados referentes ao ano de 2022. O ano passado foi pautado pela retomada da geração hidráulica que, no ano anterior, havia enfrentado uma escassez de chuvas.
O documento apresenta um panorama do setor energético brasileiro do ano anterior, com o objetivo de revisar e documentar a evolução da oferta e da demanda de energia, da infraestrutura e de diversos dados complementares.
Na Matriz Energética, de 2021 para 2022, ao se considerarem as fontes renováveis, os números retratam uma pequena redução na participação de lenha e carvão vegetal, de 0,5%, e de derivados da cana, de 5,5%. Por outro lado, observa-se um aumento de 14,0% na fonte hidráulica. Adicionalmente, as fontes eólica e solar aumentaram 12,9% e 51,5%, respectivamente, o que resultou em um aumento de 20% em “outras renováveis”.
Já na Matriz Elétrica, a geração hidráulica avançou 17,7%, com a eólica crescendo 12,9% e a solar avançando expressivos 79,8%.
Como consequência, o índice de renovabilidade da matriz energética atingiu 47,4% (contra 14,4% no mundo em 2021) e 87,9% no caso da matriz elétrica (contrastando com os cerca de 28,0% no mundo).
A Oferta Interna de Energia se manteve praticamente estável em relação a 2021, atingindo 303,1 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep), frente aos 303,2 milhões de tep do ano anterior, segundo revisão realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A oferta total de bioenergia, em 2022, foi de 95,1 Mtep (1.902,4 mil bep/dia). Esse montante corresponde a 31,4% da matriz energética brasileira (31,2%, em 2021; e 29,3%, em 2015). Os produtos da cana (bagaço e etanol), com 46,7 Mtep, responderam por 49,1% da bioenergia e por 15,4% da matriz (OIE). A lenha, com 27,3 Mtep, respondeu por 28,7% da bioenergia e por 9,0% da matriz. Outras bioenergias (lixívia, biogás, resíduos de madeira, resíduos da agroindústria e óleos vegetais), com 21,1 Mtep, responderam por 22,2% da bioenergia e por 7,0% da matriz.
Na composição da oferta de produtos da cana, o etanol respondeu por 16,9 Mtep (36,1%), e o bagaço de cana respondeu por 29,8 Mtep (63,9%). Na matriz energética brasileira, o bagaço de cana representou 9,8% e o etanol, 5,6%.
A Resenha Energética Brasileira é uma publicação anual do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética, da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento. Este ano, a Resenha inclui adicionalmente o tema Eficiência Energética, disponibilizando também uma plataforma virtual para apresentação dos dados, em formato de relatórios interativos, cujo acesso se dá a partir do endereço eletrônico do MME.
Fonte: Andréia Vital / Jornal Cana