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Brasil Pode Liderar Inovações em Biocombustíveis Rumo à Transição Energética Global

05/01/2024

Brasil Pode Liderar Inovações em Biocombustíveis Rumo à Transição Energética Global

A conferência COP28, realizada em dezembro em Dubai, abordou estratégias para acelerar a transição energética global, mantendo a responsabilidade e a segurança no fornecimento de combustíveis fósseis. Apesar da urgência em substituir essas fontes de energia devido ao impacto no aquecimento global, governos enfrentam desafios ao considerar setores econômicos dependentes delas, exigindo investimentos cautelosos na transição para fontes limpas.

O Brasil, neste cenário, destaca-se como um possível líder na corrida por biocombustíveis. Durante a COP28, Ricardo Assumpção, Chief Sustainability Officer da EY e líder de ESG e Sustentabilidade, ressaltou o papel do Brasil, oferecendo a oportunidade de liderar na produção de biocombustíveis.

Ao discutir as emissões, Assumpção comparou o etanol na mobilidade urbana, com um veículo flex 100% etanol, ao carro elétrico. No Brasil, onde aproximadamente 85% da matriz elétrica é renovável, o veículo flex emite 37g de CO2 por km, enquanto o carro elétrico emite 54g (considerando a matriz europeia) e 35g no Brasil. Essa análise abrange o ciclo de vida do etanol, incluindo a absorção de CO2 no cultivo da cana-de-açúcar.

Quanto à produção de etanol, a expectativa é um crescimento de 4,5% na safra 2023/2024, totalizando 27,7 bilhões de litros. A produção de etanol de milho deve aumentar em 37,2%, alcançando 6,1 bilhões de litros. Esses números, divulgados pela Conab, projetam o Brasil como um dos maiores produtores de etanol, preparado para apoiar a transição energética global.

Assumpção também abordou a infraestrutura necessária para veículos elétricos, destacando que a falta de estações de carregamento é uma preocupação levantada pelos consumidores brasileiros, conforme indicado pelo Mobility Consumer Index.

Sobre investimentos, Assumpção comparou as iniciativas dos EUA e do Brasil. Os EUA lideram com o Inflation Reduction Act, um plano de US$ 500 bilhões, enquanto o Brasil anunciou o Novo PAC, com investimentos de R$ 26,1 bilhões em combustíveis renováveis, captura de carbono e projetos de hidrogênio verde.

Outro destaque é o hidrogênio verde (H2V), previsto para representar 6% da energia global até 2025, segundo a IRENA. Assumpção ressaltou que o Brasil, com regulações sólidas, pode liderar essa agenda, aproveitando seu potencial para inovações sustentáveis. O H2V, três vezes mais eficiente que a gasolina, promete transformar setores poluentes, como a indústria de cimento, contribuindo significativamente para a redução de emissões.