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Déficit hídrico na cana-de-açúcar supera 1.000 mm nesta safra, aponta boletim do CTC

20/09/2024

Déficit hídrico na cana-de-açúcar supera 1.000 mm nesta safra, aponta boletim do CTC

Produtividade tem queda de 7,4% no acumulado até agosto frente ao mesmo período de 2023/24

A safra 2024/25 vem sendo marcada por um cenário climático desafiador. No acumulado até agosto foram registrados mais de 1.000 mm de déficit hídrico, prejudicando a produtividade dos canaviais da região Centro-Sul. Os dados são do Boletim De Olho Na Safra, divulgado na quarta-feira, 18 de setembro, pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

 

O indicador de produtividade – medido em toneladas de cana por hectare – acumulado de abril a agosto registra, em média, quebra de 7,4% em relação ao mesmo período da safra anterior, caindo de 93,3 (2023/24) para 86,4 (2024/25) no Centro-Sul. Em agosto deste ano, a produtividade média da cana na região Centro-Sul caiu 13,7% frente a igual mês da safra anterior – de 91,2 toneladas por hectare para 78,7 toneladas por hectare.

 

Outro fator que impactou a produtividade foi o maior estágio médio de corte, demonstrando uma proporção de colheita de canaviais mais envelhecidos e, portanto, menos produtivos. Já a qualidade da matéria-prima – calculada pela concentração de açúcar total recuperável (ATR) por tonelada de cana – encontra-se no mesmo patamar da safra 2023/24 considerando os dados acumulados até agosto.

 

Outro parâmetro de qualidade analisado pelo CTC na safra 2024/25 é a pureza do caldo. Este valor caiu dois pontos percentuais em relação a 2023/24 devido à presença de uma maior concentração de açúcares redutores, reflexo, entre outros fatores, do déficit hídrico.

 

O CTC ainda destaca que o impacto das queimadas nos canaviais em agosto. Levantamento realizado pela equipe CTC Geo, a partir do CanaSat e de imagens de satélite, indica que cerca de 400 mil hectares de cana foram atingidos pelas queimadas no Centro-Sul, com maior impacto nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos.

 

De acordo com a empresa, os prejuízos causados ainda estão sendo estimados de forma qualitativa. Áreas que já haviam sido colhidas precisarão de novos investimentos em tratos culturais (NPK e herbicidas) ou mesmo roçagem esperando melhor rebrota. Já áreas imaturas ou próximas do ponto de colheita estão sendo colhidas às pressas, visando minimizar o impacto na produção e na qualidade. Essas e outras medidas prejudicam a sistematização das colheitas das safras atual e futura.

Fonte: Nova Cana