21/08/2022
Uma nova tecnologia de combustível renovável, o diesel verde à base de etanol capaz de substituir o diesel fóssil, foi apresentada nesta quinta-feira, 18, na feira Fenasucro, em Sertãozinho (SP), e tem despertado interesse de usinas e investidores, disse um executivo de uma das empresas envolvidas no projeto.
O chamado QDiesel Verde, desenvolvido pelas brasileiras Duo Automation e Quadra, é composto por 96,8% de bioetanol e 3,2% de aditivos, que permitem a ignição do veículo por compressão (ciclo diesel), conferindo a mesma lubricidade do óleo diesel fóssil, disse o diretor de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica da DUO Automation, Marcos Daniel de Lima, durante o evento.
Ele destacou que o combustível já foi testado com sucesso em diversos tipos de motores, de caminhões a colheitadeiras, e agora entrará na fase de homologação pelas montadoras.
“Estamos abrindo para negociações a investidores interessados para execução do plano de implementação do substituto verde para o diesel nos mercados nacional e mundial. Temos fundos e empresas interessados, estamos negociando essas possibilidades”, afirmou Lima em apresentação, conforme informações da assessoria de imprensa do evento.
Ele disse ainda que há dois grupos de usinas de cana já esperando para implantação de fábricas do produto verde em suas unidades, após as homologações. “Estamos abertos a todos os interessados em participar desta revolução para o etanol”, garantiu.
Entretanto, Lima não comentou quais são os grupos interessados na nova tecnologia.
Segundo o executivo, o diesel verde à base de etanol poderia ser destinado principalmente aos chamados veículos mais pesados, considerando que os leves tendem a ingressar, no futuro, de forma mais forte no processo de eletrificação, em um contexto de maior demanda por combustíveis menos poluentes.
Para as usinas de cana, ressaltou ele, o diesel verde seria um grande negócio também pelo fato de o setor ser grande consumidor de diesel, com consumo anual estimado em 2 bilhões de litros.
Ônibus urbanos em grandes capitais seriam um mercado de mais 1 bilhão de litros, enquanto o mercado norte-americano também seria comprador, comentou Lima.
Roberto Samora
FONTE: NOVA CANA