08/11/2022
Gasolina apresentou aumento semanal de 1,4% enquanto o renovável subiu 1,9%; relação média entre os preços foi de 74,3%
Os destaques sobre o preço dos combustíveis na semana de 30 de outubro a 5 de novembro:
O valor do etanol subiu em 15 estados e no Distrito Federal, já o da gasolina aumentou em 18 unidades da federação
O consumo do biocombustível é considerado economicamente vantajoso em Mato Grosso e Paraíba
O etanol hidratado teve aumento nas usinas paulistas, mato-grossenses e goianas
Levantamento de preços da ANP foi realizado em 164 cidades brasileiras, 30 a menos ante a semana anterior
Os preços dos combustíveis seguem em alta nas bombas dos postos de combustíveis do país. O etanol acumulou cinco semanas consecutivas de elevação, enquanto a gasolina apresentou crescimento pela quarta semana seguida.
De 30 de outubro a 5 de novembro, na média nacional, o biocombustível passou de R$ 3,63 por litro para R$ 3,70/L, alta de 1,9%. Já a gasolina foi de R$ 4,91/L para R$ 4,98/L, um incremento de 1,4%.
Os valores foram divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e correspondem a 164 cidades, incluindo a maioria das capitais brasileiras.
De acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 74,3% na semana. Como a alta do etanol foi superior à da gasolina, o resultado ficou acima do visto uma semana antes, de 73,9%, além de ser superior ao limite considerado economicamente vantajoso para o etanol, de 70%.
Nas médias estaduais, por sua vez, o renovável só é tido como competitivo em Mato Grosso e Paraíba.
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,6829/L para R$ 2,8722/L. A alta foi de 7,1%, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Da mesma forma, houve um incremento de 4,2% nas produtoras goianas e de 2,4% nas mato-grossenses.
Em meio à troca da empresa terceirizada responsável pelo levantamento, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 164 cidades, 30 abaixo do que uma semana antes. Esta diferença no número compromete a comparação.
Segundo a ANP, de 30 de outubro a 5 de novembro, os preços do etanol caíram em sete estados, subiram em 15 e no Distrito Federal, ficaram estáveis em três e não foram divulgadas em um. Já os da gasolina tiveram redução em cinco estados, subiram em 18 e ficaram estáveis em três e não foram divulgados em um.
Em São Paulo, o biocombustível teve um incremento de 1,4%, custando R$ 3,63/L em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 4,88/L, aumento de 0,8%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 74,4%, um resultado que não é economicamente favorável ao renovável e que está acima dos 74% de uma semana antes.
Já em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 3,54/L na média, alta de 4,1% no período analisado; enquanto isso, a gasolina subiu 2,3%, para R$ 4,88/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 72,5%, acima dos 71,3% do período anterior e também desfavorável ao etanol no estado.
Por sua vez, Minas Gerais registrou um acréscimo de 1,1% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 3,67/L. A gasolina passou por uma alta de 0,6%, para R$ 4,87/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 75,4% do preço do combustível fóssil, com o etanol ainda sem competitividade e acima dos 75% de uma semana antes.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve um aumento de 0,3%, indo para R$ 3,3/L – ainda o menor entre todas as unidades da federação. No período, a gasolina subiu 0,6%, para R$ 4,95/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 66,7%, com o etanol se mantendo economicamente vantajoso ao consumidor; o índice também abaixo de uma semana antes, de 66,9%. Esta também é a menor relação entre os preços dos combustíveis dentre todos os estados.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol subiu 0,8%, ficando em R$ 3,61/L. A gasolina, por sua vez, aumentou 1,9%, para R$ 4,78/L. Assim, o valor biocombustível correspondeu a 75,5% do preço de seu concorrente fóssil, acima dos 76,3% registrados uma semana antes.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 77,5% do preço da gasolina, a mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país. No período, o renovável teve um incremento de 6%, sendo vendido por R$ 4,06/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina teve incremento de 5,6%, para R$ 5,24/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Os dados estaduais de preços dos combustíveis referentes à semana de 18 a 24 de setembro não foram divulgados pela ANP e, portanto, não puderam ser comparados. Isso ocorreu, conforme a agência, por conta do fim do contrato com a empresa que realizava o levantamento de preços de combustíveis, em 13 de setembro.
Nas semanas de 25 de setembro a 1º de outubro e de 2 a 8 de outubro, a agência divulgou números apenas das capitais brasileiras. Nas semanas subsequentes, outras cidades passaram a elencar a pesquisa, sendo que o levantamento mais recente totalizou 164 municípios.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro e o cronograma prevê um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana